O Diário de Ardo, o Bardo — 4. A Imprudência de Rurik

SephBlade
4 min readNov 1, 2024

--

Texto: Leonardo “Ardo” Oliveira
Edição: Tiago “SephBlade” Ribeiro

Demoramos um pouco, mas decidimos qual caminho seguir diante dessa bifurcação — claramente para onde eu disse que era pra ir!

Demos uma olhadinha para ambos os lados desse corredor — a parte superior parecia ser um pouco menor, então optamos por nos aproximar da mesma. Segui guiando a todos com a minha visão no escuro, já que Yonah não enxerga muito bem nessa situação (mesmo eu fornecendo uma luz para esse gênio…).

Enquanto explorávamos as catacumbas, encontramos algumas criptas, sendo que uma delas estava com o nome de Walter em sua porta, o que confirma ainda mais minha teoria desse ser o filho bastardo — o que corrobora com meu argumento é que nessa cripta haviam os mesmos tumores e pústulas que encontramos naquele quarto no último andar. Além disso, também nos deparamos com outra cripta, mas essa estava vazia e sem nome, apenas alguns arranhões que tentavam formar alguma letra.

Decidi voltar um pouco, para outro caminho que encontramos na parte norte das catacumbas, mas me deparei com Yonah informando haver uma porta secreta em uma parede sólida — que claramente não havia nada (eu tenho certeza que uma das piores decisões foi trazer um humano para um lugar totalmente escuro).

Quando me desloquei para o ponto que havia identificado antes, tenho certeza que Denathryus estava atrás de mim, porém, quando fui conversar com o Vampiro, ele havia corrido de volta para nossos aliados. Infelizmente ainda sou o mais corajoso por aqui, principalmente se tratando de Rurik, já que ele está com o maninho (Cravo) em sua alma.

Naquela sala não tinha muita coisa, apenas cartas praticamente evaporadas pelo tempo — se alguém encostasse nelas tenho certeza de que iriam se despedaçar — , além de um vinho já seco em cima da mesa, onde apenas uma mancha sobrou, marcando a passagem do tempo sobre aquele lugar.

Denathryus finalmente criou coragem de me acompanhar, entretanto, decidi voltar para onde iniciamos a exploração do subterrâneo, já que a parte sul era mais ou menos próxima a sala dos lobos — onde supostamente havia uma passagem secreta. Começamos a procurar pistas ou criaturas mortas enquanto nos dirigiamos para lá. Encontramos no meio do caminho mais 4 criptas: 2 à esquerda, pertencendo ao Sr. e Sra. Durst, e outras 2 à direita, que estavam com nome de Rosilda e Craveiro gravados em suas portas. Na mesma hora decidi ignorar isso, pois tinha certeza que era algo que faria mal para Rosilda e, como cavalheiro que sou, não poderia deixar essa pequena jovem (mesmo que morta) sofrer as consequências de meus atos.

Ao chegarmos onde supostamente (acima de nós) era a sala dos lobos, encontramos um lugar parecido com um refeitório: uma mesa grande bem ao centro, tomada por sujeira e bebidas manchando sua madeira, além de ossadas em todos os cantos daquela sala. Quando falei com Rurik — lembrando de seu conhecimento sobre rochas — questionei sobre a idade desse lugar e o mesmo disse que se tratava de um local com mais de um século de existência. Fiquei um pouco abismado com a quantidade de vítimas que aquele casal pode ter matado ali, então continuamos procurando. Rurik, como é ligeiramente medroso (muito mesmo), decidiu se esconder em uma alcova, que servia como um tipo de despensa do refeitório, mas o que ele não esperava é que lá dentro havia um corpo escondido na parede/teto. Esse ser caiu sobre o Anão, se desdobrando, e uma criatura tenebrosa saiu de suas entranhas, atacando meu pequeno irmão.

Grickis são criaturas sorrateiras, sempre prontas para comer os rostos de suas vítimas

A criatura, por pegá-lo desprevenido, acabou ferindo-o gravemente. É então que Rurik cai desacordado, porém, por sorte eu estava próximo! Comecei a imbuir minhas palavras com uma magia extremamente poderosa para que aquele monstro se afastasse do paladino. Aproveitei que todos estavam se preparando para o combate e comecei a tocar minhas músicas mágicas com intuito de inspirar meus aliados em batalha. Denathryus conseguiu atingir 2 virotes certeiros na criatura, deixando-a muito ferida. Yonah estabilizou a situação do anão, entretanto, foi nesse momento de descuido do meu subordinado que a criatura novamente se pôs a atacar, acertando uma série de golpes que deixaram Yonah ferido. Senti uma fúria tomar o meu corpo, porém, como sou muito sábio, tinha certeza que isso nos afundaria na peleja. Controlei-me com extrema rapidez e soltei uma saraivada de falácias e ofensas contra aquele ser estranho, fazendo com que ele preferisse morrer do que me enfrentar.

Ao final do combate, ajudei Rurik e Yonah a se curar. O clérigo sugeriu que continuássemos explorando aquele lugar. Como saímos do primeiro andar por volta das 22h, imaginei que faltasse pouco tempo para o filho bastardo se libertar, fazendo com que fosse arriscado para meus subordinados continuarem ali e concordei com a ideia de seguirmos em frente.

Denathryus e Rurik decidiram descansar durante mais ou menos 1 hora antes de prosseguirmos e, como nosso tempo era curto, Yonah e eu demos atenção para os dois.

Ao nos depararmos com uma encruzilhada dentro das catacumbas, senti um cheiro de carniça que beirava o insuportável. Percebi que Yonah foi tomado pelo enjoo, precisando se sentar momentaneamente para se recompor e foi nesse momento que carniçais nos surpreenderam! Aquelas criaturas começaram a se levantar do chão e cair do teto. Era uma quantidade inimaginável de inimigos em relação ao lugar onde estávamos. Fomos cercados por aqueles seres que se diziam perfeitos, imortais e que precisavam de nossa carne para sobreviver. Eles avançam, porém logo perceberão o verdadeiro poder de Ardo, discípulo de um dos maiores magicistas de Baróvia.

Carniçais, saídos das entranhas da terra pútrida daquela catacumba

--

--

SephBlade
SephBlade

Written by SephBlade

📚 Nerd 💀 Estranho. 😢 Emo 💚 Coisas simples são o que fazem seu coração bater.

No responses yet